sexta-feira, 2 de junho de 2017

A Semana da Luta

No dia 31 de maio, a partir da discussão acerca dos temas que seriam discutidos no dia, uma pauta predominou as conversas: recordar a semana da Luta Antimanicomial - os eventos que aconteceram e as lembranças de todos nós.

Ana Paula, que participou de muitas atividades: "Foi legal a gente receber o pessoal de Osasco e estava uma delícia. Fizemos a visita à (exposição) Yoko e também fomos ao teatro (peça "O homem da Mancha"). Tave também a tarde na faculdade." Elvira concordou e ressaltou a exposição do Insitiuto Tomie Othake.

Alfredo: "Eu gostei muito de poder fazer atvidades fora do CAPS."

Ana Paula: "Eu até tirei foto com a Mamma Bruschetta!", o que foi seguido por muitas risadas.

Alfredo: "Não tive muito contato com o pessoal de Osasco, mas sinto que a gente parece mais normal que eles.

Victor: "Mas por que?"

Alfredo: "O pessoal parece que tem mais necessidades" - Esse debate rendeu uma conversa sobre as redes de atenção psicossocial de cada município, suas diferenças e peculiaridades. E conseguimos falar sobre a doença mental como doença social, e não apenas orgânica.

Ana Paula: "A gente faz contato com outras pessoas e outras culturas, e faz amizade.

Alfredo: "O que fica é que nós temos de valorizar mais o que é oferecido aqui."

Elvira: "Nós acabamos por trocar muitas experiências!"

Sobre os momentos marcantes...

Radyr: "A Marcha da Luta, na Avenida Paulista, foi legal mas muito curta. Talvez não tenhamos chegado no horário certo. Eu vi pessoas conhecidas, funcionários, usuários."

Marcelo: "O NAPS me salva no café e no almoço."

Aline: "A Marcha terminou mais cedo por causa do nosso ônibus, e não deu para fazer tudo mesmo. Eu gostei muito de uma colcha de retalhos que vi por lá!"

Larissa: "O que eu mais gostei foi a Joana falar no microfone e o Max correndo por todo lugar!"

Ana Paula: "O teatro, na peça de Miguel Falabella e músicas de Chico Buarque, falava de Dom Quixote e eu não sabia que ele era meio biruta e me identifiquei com ele. Gostei da ideia de 'nunca parar de sonhar'. E teve lanchinho também.

Manoel: "A viagem, a entrevista que eu dei para um documentário. Quero voltar mais vezes, foi gostoso. Teve muito lanche: bolo de chocolate, e outras coisas. E no dia de ir para São Paulo, ainda bem que eu encontrei com o Victor, senão ia perder. A gente foi lá no Santos também, passeamos, comemos salgado, foi uma delícia!"

Alfredo: "Ter encontrado meu irmão e ele ter participado. Poder sair daqui e fazer uma atividade com ele. Sinto que houve uma evolução no tratamento."

Elvira: "Importante a lembrança para que nunca mais aconteça e mostrar diferentes realidades, o preconceito que ainda existe. Vamos questionar a sanidade mental, o que ela é afinal, refletir sobre a transição de ontem versus o que temos hoje."

Aline: "O que mais me marcou foi a aula aberta da UNIFESP, o encontro entre profissionais, usuários e alunos!"

Radyr: "Gostei muito dos debates no Guarujá, no Hotel Casa Grande. Teve debates sobre a judicialização da saúde."

Victor: "Na semana toda, o que me marcou foi a peça de limpar, da exposição da Yoko. Você tinha muitas pedras, separadas em alegrias e tristezas, e fazia uma pilha de cada, onde cada pedra representava uma alegria, ou uma trsiteza."

Larissa: "Na Marcha foi muito legal ver a voz das pessoas, as que não eram só funcionários."

Marcelo: "A minha lembrança da Luta é lá no Anchieta, em 1978. Só lembro que todo mundo queria fugir."

Roberto: "Gostei muito da Oficina teatral na UNIFESP e debate sobre os problemas. Foi um alvoroço! Gostei bastante da praia, foi surpreendente de ver!"

Igor: "O hábito faz o monge - falando sobre aparência e como alguns cuidados mudam a vida das pessoas."

Celso: "A esperança!"

Rontauzer: "Passou um filme na minha cabeça, quando eu vi uma criança na Marcha!"

E assim fomos terminando mais um dia de conversa, com muitas memórias e momentos potentes gravados na gente.

https://www.youtube.com/watch?v=KobmJoCKKjY - Raul Seixas - Maluco Beleza
https://www.youtube.com/watch?v=OlcQE4NeXow - Milton Nascimento - Canção da América
https://www.youtube.com/watch?v=qgZNTHtht-c - Dudu Nobre - A grande família
https://www.youtube.com/watch?v=3fRJcHCg_sM - Carly Rose Sonenclar - Imagine


"Nunca pare de sonhar, mesmo que esse sonho seja impossível!"

Na semana que vem, nosso post é sobre a Cracolândia!
 
    

segunda-feira, 29 de maio de 2017

Capacidade para sobreviver

O blog de hoje vai falar sobre um assunto atual e polêmico: a corrupção no Brasil.
Roberto: O Brasil está passando a limpo toda a sujeira e a corrupção desse país. No Congresso, todos são ruins, não tem nenhum que presta e quem sofre é a população.
Ana Paula: Diretas Já
Elvira: O Temer foi eleito, mas, nunca teve popularidade. Agora com essa gravação que mostrou o Temer tentando fazer um suborno para calar o Cunha, acho que a melhor coisa que deveria ser feito seria que ele renunciasse. O Impeachment é a saída. No entanto, a primeira opção é eleição indireta até 2018. Então, por esse caminho, quem governaria o país até que uma eleição direta acontecesse, em ordem de sucessão seria: o Presidente da Câmara, o Presidente do Senado e por fim, o Presidente do Judiciário. O governo do Temer não tem mais condições de governar, seria mais digno que ele renunciasse. Em quem votar? Não existem alternativas.
Ana Paula: Temos poucas opções
Roberto: Do jeito que está, não conhecemos ninguém que seria um bom candidato. Preferimos o povo escolher.
Elvira: O Lula se coloca como vítima, ainda não conseguiram achar provas suficientes para prendê-lo. E para o povo, ele rouba, mas, faz. Estamos vivendo um retrocesso.
Alfredo: Viramos chacota para outros países, o Brasil perdeu o valor. Na Bolsa de valores, o Real caiu e o dólar subiu. Ninguém vai querer investir em um país tão inconstante politicamente.
Elvira: A crise afeta muito, existe uma fila de desempregados no nosso país. Não há esperança de uma vida melhor. As reformas favorecem apenas os banqueiros/empresários. Afeta demais as nossas vidas e quem mais se prejudica são os jovens, aumenta o desemprego.
Roberto: De acordo com a mídia, não existe mais a crise e de que de uns dois anos para cá, houve um crescimento mas onde? Não estamos enxergando isso. Quando vou ao supermercado fazer compras não sobra nada. Antigamente, com 50 reais se fazia uma boa compra, hoje, não se compra quase nada com esse valor. A inflação está voltando. Não existe mais credibilidade nesse país e todas as pessoas envolvidas em corrupção não deveriam ficar impunes. O presidente da JBS que prestou delação conseguiu a liberdade, alegando que está sendo ameaçado de morte. A lição que fica para o povo é que o crime compensa e que ninguém paga pelos erros que cometeu. Todas as decisões passam para o Judiciário.
Esses jogos políticos não são coisa de hoje não, é coisa que vem vindo (desde 2010). Há um conchavo com os empresários
Elvira: Outro empresário que enriqueceu as custas do povo foi o Eike Baptista. Já foi eleito um dos homens mais ricos do mundo.
Não existe um Judiciário isento, tínhamos credibilidade, por exemplo, o juiz Sergio Moro (muitas pessoas confiavam e acreditavam muito nele), mas, parece que a esposa dele tem uma Ong fantasma e o Lula sabe disso, então, o Moro não pode indiciá-lo porque tem um passado negro que o Lula sabe.
Ana Paula: Fiquei surpresa com as notícias de corrupção sobre ele.
Elvira: O Aécio é o mais boca suja. Tem problemas com a própria família, colocou o irmão e a irmã no esquema, e por isso, ela foi até presa. A irmã até comentou que ele é o sujo da família. Existem 7 inquéritos contra ele.
Ronthauser: Só tem ladrão
Ana Paula: Acho que deveríamos votar na Elvira para presidente
Elvira: Que prestígio que eu tenho pessoal, muito obrigada
Ana Paula: Ela é íntegra, bem informada e sensata.
Elvira: Quem entra na política tem 2 caminhos: ou você é honesto, mas aí você não tem poder de ação ou você entra no conluio e precisa fazer concessões. Falam que o Teori Zavascki, o Eduardo Campos foram assassinados. E o juiz Joaquim Barbosa foi ameaçado de morte.
Roberto: A gente tem esperança, mas, no final, o poder está nas mãos dos poderosos.
Elvira: Estamos muito atrás das outras potências. E quando existe essa instabilidade política, líderes messiênicos surgem como por exemplo o Bolsonaro (de extrema direita), o Geraldo Alckmin. Acho isso muito perigoso. E ninguém mais quer defender o Temer. Nenhum dos 3 poderes é totalmente limpo.
Késia: Com os políticos, o eleitor não põe mais crédito. Existe uma grande desigualdade social no país. O povo só trabalha para pagar aluguel enquanto que os políticos tem suntuosas mansões e mesmo assim não estão satisfeitos e continuam roubando.
Roberto: E o Aécio fala que mora de uma maneira humilde.
Elvira: O perigo é o político comprar o voto das pessoas, principalmente dos pobres, com cestas básicas, pela falta de uma estrutura, de um bom ensino, de educação e senso crítico.
A violência começa nos confrontos, não se respeita as diferenças. Difícil é se colocar no lugar dos outros (ter empatia).
Ana Paula: Se você não tem uma dor de dente, você não sabe o que é
Ronthauser: A gente lutou, lutou e conseguimos (período da ditadura/ redemocratização). Começar tudo de novo é brincadeira. Se algum político tenta mudar ou encosta na parede ou arrega, não consigo entender esse país.  Quantas pessoas morreram para conseguir um país decente?  O Brasil tem possibilidade de ser um país de primeiro mundo. Eu lutei muito na época da ditadura, tem que ter muito sangue na veia, eu não sei como eu estou vivo.
Elvira: A coisa positiva disso tudo que está acontecendo é que a gente tá conseguindo ver os crimes
Roberto: Um bom político foi o Jânio Quadros, só que ele foi encostado no paredão. Ficou apenas 8 meses no mandato.
Elvira: Ele disse aquela célebre frase: Forças ocultas estão me impedindo de governar. A corrupção começou com Pedro Alvares Cabral. Isso vem de longa data esse "jeitinho brasileiro".
Ronthauser: Os portugueses querendo comprar os índios com joias e espelhinhos.
Elvira: O cara estando bem, o vizinho que se exploda. Não existe um pertencimento à pátria.
Ronthauser: O país parou. Dá uma tristeza muito grande por isso que eu não gosto de falar sobre política.
Alfredo: Nem eu.
Roberto: Parece que as coisas só acontecem com o "suborno".
Elvira: Mudando um pouco de assunto, mas você vê, os EUA também está perdendo a credibilidade. O Trump está por um fio, quer dizer a corrupção acontece no mundo inteiro. Aqui no Brasil, é muita impunidade. E o que preocupa é que tem gente que quer a volta dos militares, e eles estão querendo se meter novamente. Antigamente havia mais ordem, porém, mais violência também. A democracia é o melhor regime, apesar de todas as falhas.
Roberto: Quem já passou pelo que nós passamos, não quer de novo (sobre a ditadura).

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quarta-feira, 10 de maio de 2017

"Para nunca mais acontecer"

Nos próximos dias acontecerá a semana da Luta antimanicomial, então hoje discutimos um pouco sobre o assunto!
A conversa começou com uma pergunta: "O que é a Luta Antimanicomial?"
Elvira: A Luta Antimanicomial serve de reflexão para derrubar preconceitos e divulgar para a população de que "somos todos iguais" e que manicômio não é a solução.
Zé Victor surgiu com a questão: "Ainda tem manicômio?"
Manoel: Ainda existem vários manicômios espalhados por São Paulo, onde ficam as pessoas que "não têm raciocínio de nada", que "não têm noção"; tomam muitos remédios e brigam muito entre eles, mas, não são pessoas malvadas.
Zé Victor: eles ficam desse jeito porque ficam com a cabeça vazia.
Alfredo: Ainda existe internação compulsória.
Foi explicado o que é internação compulsória: prática de utilizar meios ou formas legais como parte de uma lei de saúde mental para internar uma pessoa em um hospital mentalasilo psiquiátrico ou enfermaria mesmo contra a sua vontade ou sob os seus protestos. Médicospsicólogos e psiquiatras apresentam relatórios escritos ao tribunal e, em alguns casos, depõem os parentes perante o juiz. Existe um compromisso de um limite de tempo, que exige reavaliação em intervalos fixos. A partir disso, cada um começou a trazer a experiência de terem sido internados.
Alfredo: Eu fui internado duas vezes. A primeira internação aconteceu em uma chácara e fiquei 3 meses lá. A segunda internação aconteceu no PAI, dormia amarrado a noite. Lá parecia uma prisão. Eu achei que tinha visto uma pessoa que eu não gostava e aí dei um tapa na cara dessa pessoa, mas percebi que não era ela. Foi uma alucinação que eu tive, estava agressivo.Eu tive um surto e pedi para que a minha mãe me tirasse de lá. Fiquei 25 dias internado.
Zé Victor: Eu fiquei internado em Cristália (comunidade terapêutica localizada perto de Minas Gerais). Fiquei amarrado por 20 minutos mas foi muito ruim, me deram injeção. Fiquei 4 dias internado e pedi para que me tirassem de lá. Nesse lugar tinha um banheiro só no qual todo mundo te via pelado. Mas lá também tinha ginástica, dança, futebol, piscina. Eu não quis ficar lá porque não conhecia.
Manoel: Meu pai só me internava, e quando isso acontecia, vinha a Polícia Militar junto. Foram 48 internações (tinha uma hora que nem queriam mais me internar), até que a minha família pediu para que ele parasse de me internar e eu comecei a trabalhar (fui cobrador de ônibus em São Paulo). Meu pai disse que me internava porque ficava preocupado comigo: eu saía de casa, ficava vagando pelas ruas sem rumo, acabava me perdendo, mas eu nunca fui agressivo. Já fui amarrado: é a coisa mais horrível que tem. Quando eu ficava internado, me dava desespero e medo dos outros pacientes me machucarem, tinha até um que queria pegar meu tênis. Já vi usar camisa de força mas sei que hoje, a camisa de força é proibida. Agora eu aceitei minha doença e desde o momento que eu aceitei, eu melhorei.
Quésia: Já fui internada 1 vez aqui no CAPS, mas eu tenho uma tia (Neide) que já foi internada no Hospital Anchieta, no Franco da Rocha e no Juqueri. Ela foi muito maltratada e nunca foi curada, ela até passou por eletrochoque.
Manoel: Eu presenciei sessões de eletrochoque, mas não podia entrar.
Alfredo: Ainda tem eletrochoque?
Elvira: Eu só vi nos filmes. Em "Uma mente brilhante", o personagem principal era um gênio matemático. No filme, ele sofria várias sessões de eletrochoque. Tem também a novela "Amor à vida" na qual a Paloma também passava por esse tratamento.
Alfredo: Bicho de sete cabeças. Lembra bastante a comunidade terapêutica que eu fiquei.
Rontauser: Um estranho no ninho. Eu já passei por essas sessões de eletrochoque.
Celso: Eu escapei 1 vez do eletrochoque.
Elvira: Francis. É a história de uma mulher a frente do seu tempo (anos 30) que foi chamada de comunista, louca e por causa disso ela foi lobotomizada.
Zé Victor: A ilha do medo
Elvira: Laranja Mecânica no qual o personagem principal foi lobotomizado.
 A partir disso, foi explicado o que é o procedimento de lobotomia.
Perguntamos sobre as diferenças que eles percebiam, da internação que eles já passaram e o atendimento que eles têm aqui no CAPS: "Aqui podemos sair, conhecer tudo; tem os amigos que fizemos e estamos perto da família."
Discutimos sobre os outros dispositivos que vão além do CAPS e que fazem parte da rede de atenção psicossocial: as residências terapêuticas, a SERP, as policlínicas e etc.

Por último, conversamos sobre o preconceito que ainda existe com usuários de saúde mental.
Alfredo: Tem muito preconceito para quem busca tratamento psicológico. No trabalho eu era chamado de "louquinho".
Elvira: "Pinel" (nome de um hospital psiquiátrico) se tornou um adjetivo: "ele é pinel".
Rontauser: Mas agora tá tendo uma ênfase da mídia de que devemos aceitar as diferenças.

Músicas e foram lembradas durante a nossa conversa:
- Seven- Os 7 pecados capitais
- Laranja Mecânica
- Uma mente brilhante
- Bicho de 7 cabeças
- Francis
- Ilha do medo
- Um estranho no ninho
-"Liberdade acima de tudo" - Charlie Brown Jr.
-"Maluco beleza" - Raul Seixas


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terça-feira, 9 de maio de 2017

O milênio e a greve: junta tudo e joga fora!

No dia 03 de maio, realizamos mais uma roda para conversar e opinar em nossas postagens semanais. Na efervescência do momento político do país, falamos sobre a greve geral: suas causas e efeitos.

Celsão: Eu estava vendo o presidente na televisão e pelo jeito vai ser como ele quer!

Marcia Evangelista: O objetivo disso tudo é reduzir a aposentadoria e passar a reforma trabalhista no Congresso.

E passamos a compartilhar o que cada participante sabia sobre as reformas da Previdência e trabalhista...

Roberto: Os políticos a favor das reformas querem apoio do Congresso e estão exonerando dos cargos quem não vota a favor. Não voto mais em Beto Mansur não, nós temos é que ficar de olho!

Elvira: o que eu vi foi como se fosse um dia comum de feriado - parece ninguém se mobilizou. Mas houve manifestações na praça e confronto. Eu vi muita baderna... Ouvi que querem fazer mais uma greve, ou pararem por dois dias consecutivos, ou até ir diretamente à Brasília.

Discutimos também, sobre a fala de Elvira, o potencial interesse da mídia em mostrar apenas os confrontos, e da forma que foi a cobertura em geral.

Celsão: Mas quem já é aposentado? Vários participantes falaram sobre seu direito adquirido.

Usamos um questionamento sobre o que cada um viu na greve para disparar uma discussão:

Escolas fechadas
Falta de transporte público
Ônibus queimados
Agências bancárias e comércios fechados
Estragaram o Brasil? Sem o trabalhador o Brasil pode ficar estragado mesmo.

Elvira: foi prejudicado o direito de ir e vir, quando se bloqueiam as ruas.

E o que constitui uma greve? Falamos sobre os aspectos de ser uma manifestação de trabalhadores, que param de trabalhar e causam prejuízo ao patrão.

Celsão: E eu ia dizer uma coisa, mas esqueci.. Ah, a gente sabe se o Brasil tem dinheiro ou não para fazer greve?

Elvira: Existem outras formas de protesto sem ser a greve.

Serrano: Quem não tem dinheiro são os pobres, junto com os papas.

Márcia Evangelista: O brasileiro não tem noção de seus direitos e obrigações.

Ana Paula: Tem que saber em que vota

Márcia finalizou levantando alguns questionamentos que trouxeram à tona várias discussões: "É justo isso o que fazem com o povo? Nós estamos sendo prejudicados e situação está complicada, temos que colocar pressão no patrão! Não são cenas de confronto o que vemos, mas as de violência e opressão por parte da polícia! Vocês viram o que fizeram com o estudante?"

Com essas e tantas outras perguntas, colocamos algumas músicas para nos ajudar a recordarmos de outras lutas e para nos ajudar nessa arte que é viver!

https://www.youtube.com/watch?v=HgJiOZXPJps - Hino Nacional Brasileiro
https://www.youtube.com/watch?v=1ZNNUU_AbXs - Apesar de você - Chico Buarque
https://www.youtube.com/watch?v=1Ss_b5IirIg - Cazuza - Brasil
https://www.youtube.com/watch?v=YwqoeKlaJQs - Zé Ramalho - Admirável Gado Novo
https://www.youtube.com/watch?v=CqttYsSYA3k - Legião Urbana - Que país é esse?

E nossa homenagem a Belchior, que se foi recentemente!

https://www.youtube.com/watch?v=X8Wr1pbSSm4 - Apenas um rapaz latino-americano.

Até a próxima!




quinta-feira, 6 de abril de 2017

"Saudade não tem idade"

Depois de quase um mês sem que o grupo acontecesse, o tema escolhido foi coincidentemente a saudade!

Apresentamos ao grupo as residentes Larissa e Aline, que passarão o ano conosco.

José Vitor, que sugeriu o tema, falou da saudade que sente de casa e da antiga vida!

Elvira: Essa palavra, com esse sentido, só existe na língua portuguesa.

Quésia recitou. de ponta a ponta, um poema de Wbartowski:

Um desejo de estar perto
De quem esta longe de nós
Um ai que não sei ao certo 
Se é um suspiro ou uma voz.

Um sorriso de tristeza
Um soluço de alegria
O suplicio da incerteza
Que uma esperança alivia

Nessas três silabas há de 
Caber toda canção
Bendita a dor da saudade
Que faz bem ao coração

Um longo olhar que se lança
Numa carta ou numa flor
Saudades irmã da esperança
Saudade filha do amor

Uma palavra tão breve
Mas tão longa de sentir
E ha tanta gente que escreve
Sem a saber traduzir 

Gosto amargo de infelizes
Foi como chamou garret
Coração calado, dizes
Num suspiro oque ela é

A palavra é bem pequena
Mas diz tanto de uma vez
Por ela valeu a pena 
Inventar-se o português

Saudade palavra triste
Que traduz tanto amargor 
Saudade nos leva a estrada 
Em busca de um grande amor

Saudade que faz sofrer
Saudade que faz penar
Saudade que nos ensina
O quanto bom é amar

Saudade aventura ausente
Um bem que de longe se vê
Uma dor que o peito sente 
Sem saber como ? e porque ?

Saudade é a luz da lua
A luz que a tristeza gelou
A iluminar o caminho 
Por onde o sol já passou

Saudade um olhar que se lança 
Numa carta ou numa flor
Saudade irmã da esperança
Saudade filha do amor."

Roberto: Sinto falta do meu tempo de infância. A ponta da Praia era só mato e terreno baldio, e a gente jogava taco, corria muito quando os outros acertavam a bolinha. Era uma cidade diferente, e aqui na Ponta (da Praia) ninguém queria morar.

Elvira trouxe o Canto do Exílio, de Gonçalves Dias, e disse que também sentia saudades dos entes queridos que se foram.

José Vítor: Vi vocês na televisão (se referindo a Roberto e Radyr), durante a greve.

Serrano: A saudade é boa e ruim, tem a saudade boa que depende de coisas que foram feitas, foram realizadas. E tem a saudade ruim que são de coisas que não aconteceram.

Roberto: É, é verdade. Existem saudades amargas, memórias

Elvira: Podem ser lembranças de algum tipo de sentimento, seja ele positivo ou negativo.

Marcelo Damião: Tem sonhos tristes e alegres, e a gente sempre lê aquela frase: "O silêncio é uma prece".

José Vítor: Eu tenho muitas lembranças dos meus colegas de Praia Grande, só alguns, de outros não tenho, mas não consigo esquecer dos meus colegas de lá.

Rontauzer: A vida é umas saudade, são tantas pessoas que passam por nossa vida, anjos né?

Marcelo Damião: Mas a palavra saudade é uma coisa triste, de quando se perde.

"E o que a gente faz no dia a dia que traz saudade?"

José Vítor: Quando come alguma comida, a que a Quésia faz, eu tenho saudade.

Elvira: Quando eu escuto uma música!

Roberto: Quando a gente viaja, a gente lembra dos locais que a gente passa.

Marcelo Damião: As lembranças vem na cabeça.

Quésia: Saudade do colo da mãe, mas não do colo mesmo, do sentido simbólico do colo. De ter uma amiga, alguém para acolher você e para ser seu confidente. Além de mãe, melhor amiga.

Elvira: "Eu também Quésia, eu tenho saudades do colo!"

José Vitor: Saudades da minha mãe e do meu pai, lembrança boa e ruim.

"E algum cheiro traz saudade?"

Roberto: Perfumes, o perfume traz lembranças.

Victor: O cheiro de café, de roupas.

Rontauzer: O cheiro do natal traz uma saudade.

Roberto: É o natal né?! Tem todo um clima, uma energia diferente.

Larissa: Cheiro de casa de vó, também traz saudade!

Elvira: Tenho saudades do cheiro do pinheiro (árvore natural), que a gente comprava e remete à infância.

Victor: O cheiro da chuva!

José Vítor trouxe lembranças da terra, do cheiro dela, e das atividades que fazia no Jardim Botânico

Elvira: Lembranças do cheiro de bolo no forno, da minha avó.

Marcelo Damião: Cheiro de suspiro.

"E alguma música?" - Acabamos por fazer uma lista de músicas, de cada participante, para fazer uma lista de músicas.

Elvira: "How can you mend a borken heart - Bee Gees"
Roberto: "Breakfast - Supertramp"
José Vitor: "Amor perfeito - Roberto Carlos"
Rontauzer: "Mais uma vez - Renato Russo"
Quésia: "Ouro e Sol - Lui Coimbra"
Marcelo Damião: "Meu primeiro amor - Ângela Maria"
Celso: "We are the world - USA for Africa"
Larissa: "Maria Maria - Milton Nascimento"
Victor: "Copacabana - Dick Farney"
Aline: "Postcards from Italy - Beirut"
Serrano: "I started a joke - Bee Gees"
Radyr: "Sozinho - Lenine"
Alfredo: "Alvorada - Cartola"
Silvia: "Somewhere over the rainbow - Israel Kamakawiwo'ole"
Lucy: "Imagine - John Lennon"
Rosália: "Amado Batista: Chance"
Andrea: "Paisagem da Janela - Beto Guedes"
Manoel: "Amigo - Milton Nascimento"
Celsão: "Maluco Beleza - Raul Seixas"
Aleide: "Gitá - Raul"
Maria Bernadete: "O vira - Roberto Leal"
Maisa: "Detalhes - Roberto Carlos"
Maxwell: "Wannabe - Spice Girls"

Traduzimos também nossas saudades em gostos por imagens:

Elvira: Guernica - Picasso / Café - Portinari / Diretas já
Rontauzer: Jesus sorrindo
Roberto: Jesus Cristo, de Portinari
Max: Sereia, Sonic, Pikachu.
José Vítor: A do Código da Vinci, Monalisa!
Victor: Capa do CD Nevermind, do Nirvana.
Rontauzer: Aquela maratonista na Olimpíada!
Roberto: O Ayrton Senna, com a bandeira do Brasil na mão!
Marcelo Damião: Quando os pescadores acharam a imagem de Nossa Senhora.
Celso: Simpsons!

Uma frase foi bem forte para se refletir sobre os movimentos do grupo nesse dia: "A saudade não se traduz muito pelas palavras que a definem, mas por sensações, músicas, arte!"

Em breve faremos uma playlist com as músicas que escolhemos!

Até a próxima, estávamos com saudades!



quinta-feira, 30 de março de 2017

O sofrimento e lembranças - o mal do século

No dia 08 de março, decidimos conversar sobre ansiedade e depressão, de acordo com as matérias trazidas pelo grupo e pela votação do mesmo.

Começamos a discutir, com as considerações preliminares, mais sobre como nos sentíamos naquela manhã.

Roberto: Ansiedade é pelo jogo do Santos e deprimido eu fico se ele perder. Os noticiários falando das novas medidas daquele presidente lá, o Trump.

Elvira falou das publicações diárias de jornais sobre os problemas em questão e acerca do número de afastamentos do trabalho que isso causa. Além disso, a crise, o desemprego deprimem, angustiam a todos.

Ana Paula trouxe a questão da agressão à mulher e do medo que sente disso acontecer consigo, e da violência presente na sociedade.

Marcelo Damião falou da corrupção e da impunidade.

Passado isso, fizemos em roda nossas considerações sobre a questão - O que é ansiedade?

Marcelo Damião - É a preocupação com o dia de amanhã.

Elvira: É o estado animal de defesa, preparado, temendo o amanhã. Nos impele, mas pode nos prejudicar. Viver a constante expectativa.

Ana Paula: Eu quero tudo para ontem, sou muito ansiosa. (vários concordaram com ela)

Roberto e Alfredo falaram de seus anseios em relação ao mercado de trabalho e o que isso causa neles.

Radyr: Ansiedade é querer fazer algo e não conseguir.

Serrano: É o isolamento mental.

Alfredo: Querer fazer algo importante e não ter capacidade mental para isso.

Maria Bernadete: É tristeza mesmo!

Celso: É falta de paz de espírito!

Roberto disse que a solução é viajar.

Outra pergunta para a roda - E o que se sente no corpo?

Várias foram as respostas, dentre elas: tremor, aceleração do coração, respiração ofegante, cansaço, falta de ar, medo, suar frio, angústia, dor no peito.

E as estratégias para lidar com isso? Quais seriam?

Marcelo Damião: Conversar com o técnico do NAPS e se medicar.

Elvira: Caminhar à beira-mar, ouvir música, palavras cruzadas.

Ana Paula: Conversar com amigos e dar um bom mergulho.

Radyr: Ler na Gibiteca, ir à praia se divertir.

Roberto: Fazer um bom churrasco.

Serrano: Fazer a ginástica multifuncional.

Finalizando o assunto ansiedade, como essas atividades tem impacto nas nossas vidas?

Marcelo Damião: Elas são uma ocupação, né?

Ana Paula: São terapêuticas, para as pessoas não se isolarem

Elvira: As atividades mantem a mente ocupada.

Victor: Não é só nos ocupar de atividades, mas a forma como elas nos mantem vivos: o nosso cotidiano, nossas emoções, dependem também de tudo o que fazemos, dia após dia.

Avançamos então, para conversar sobre a depressão, tentando descrevê-la.

Serrano: É a mesma coisa (que a ansiedade), uma é consequência da outra.

Elvira: É um desânimo, não ter vontade, insônia.

Radyr: É o abatimento.

Ana Paula: É a solidão e o medo

Celsão: É o resultado de casos horríveis que se passa na vida.

Marcelo Damião: É a falta de ocupação, esquecimento

Falamos também da depressão versus estar deprimido, e concordamos que a depressão é uma condição patológica, uma doença e que estar deprimido "pode sentir a qualquer hora, por algum tempo, por alguma situação" - Celsão.

Ana Paula: Dizem que é a doença da moda, pois todo mundo tem, faz isso para receber pensão e cada vez se fala mais disso.

O grupo passou então a falar de outra relação, a do suicídio versus o sofrimento, dizendo vários aspectos, mas as coisas mais importantes a se fazer em caso de sofrer e não conseguir lidar:

OUVIR (outros sofrimentos)
ESPIRITUALIDADE
ATENÇÃO (a quem está do seu lado)
CVV
FALAR (do que se sente)
AMENIZAR (a culpa)
NÃO JULGAR

E por fim, talvez vamos construindo aos poucos um livro de bolso dos nossos sofrimentos e anseios, e levando ao público que nos lê alguns pensamentos sobre o que se vive e o que se passa conosco.

Algumas músicas que pensamos para a leitura! Até a proxima!
https://www.youtube.com/watch?v=KobmJoCKKjY
https://www.youtube.com/watch?v=03X8dinHaMA
https://www.youtube.com/watch?v=qQ1TLDbGOdQ
https://www.youtube.com/watch?v=p0AODHIlZ8I

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Como enfrentar e superar a situação do Brasil?

Para começar, lemos a última postagem, relacionada ao café. Entre outros assuntos, falou-se também de assembleia, greve e o momento político atual da cidade, que será conversado em Assembleia.

A reunião começou com a proposta do tema ser as limitações e potencialidades, porém após as primeiras considerações que tivemos (o medo, a não-perfeição do ser humano, fato de cada um ter a sua história e a superação dos limites), a tônica do grupo foi a política!

Ron: (Quem impõe os limites) São os políticos, quando algo sai do normal, eles caem matando.

Ana Paula: Eu já superei vários problemas.

Victor: O risco de greve, salários trazem esses assuntos à tona.

Mirian, ainda nos limites, levantou a questão de como seriam as coisas se não houvessem limites?

Elvira: Seria a anarquia, sem nenhum controle.

Sílvia relembrou anos da ditadura, de não poder ficar sozinho na rua, e de estar em casa às 22:00. Disse que gostou dessa época.

Ana Paula e Ron falam de seus dias de cara-pintada.

Roberto fala de casos policiais recentes, e que a justiça impera.

Ron traz o Movimento de Ação Secundarista. (O movimento foi chamado Secundarista por estar relacionado ao nível de ensino do segundo grau (atualmente denominado de ensino médio). Em São Paulo, assim como os movimentos universitários, ele foi praticamente extinto pelaRegime Militar de 1964. O movimento só ressurgiu em 1967, nas setembradas de 1967, que foi primeira ocasião em que estudantes do segundo grau foram à rua protestar contra o regime militar.)

Elvira recorda o Projeto Rondon. (O Projeto Rondon prioriza, assim, desenvolver ações que tragam benefícios permanentes para as comunidades, principalmente as relacionadas com, a melhoria do bem estar social e a capacitação da gestão pública. Busca, ainda, consolidar no universitário brasileiro o sentido de responsabilidade social, coletiva, em prol da cidadania, do desenvolvimento e da defesa dos interesses nacionais, contribuindo na sua formação acadêmica e proporcionando-lhe o conhecimento da realidade brasileira.)

Victor: Então falamos de limites, e os primeiros limites de que falamos são os limites que a política nos impõe em nosso cotidiano.

Ron: Eu vejo o medo das pessoas ao andar na rua. E falou-se sobre medo e violência.

Miriam: A violência limita a nossa liberdade.

Sílvia e Ron debatem sobre os tempos de adolescência, e trazem as limitações financeiras, que, conclui o grupo, também são resultado de políticas.

Quésia traz notícias sobre mais impostos e tributos que os contribuintes terão de pagar, o que fez o grupo falar e discutir.

E então, o que fazemos com isso?

Muitos murmúrios de "Manifestar!", "Quebrar tudo!", até que Lucas diz: Não é só ir e votar no dia de eleição, mas viver em estado de democracia, colocando seus ideais em prol da massa.

Ana Paula: E o Trump nos Estados Unidos? Aquele maluco.

Discutimos também a reforma do Ensino Médio no país, e seus possíveis desdobramentos e retrocesso que podem acontecer devido a esse processo.

E nesta quarta-feira, o grupo foi indo e indo, autônomo, fluindo e discutindo, falando, desabafando sobre a situação em que vivemos, como vivemos... e paramos de anotar para essa postagem, eram muitas sensações e falas que se atravessavam, concordamos em traduzir em música e imagens!

"o homem é um animal político por natureza" - Aristóteles



https://www.youtube.com/watch?v=z6uM7FehywQ

https://www.youtube.com/watch?v=Gp35LvnRNHM

https://www.youtube.com/watch?v=1ZNNUU_AbXs

https://www.youtube.com/watch?v=YwqoeKlaJQs